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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Tudo por causa do «abelheiro»

Artigo de Opinião

Por: Mariana Teixeira


Gosto muito das “Conversas de Lareira” com “Tia Alice”. Conta-me coisas do passado. Umas verdadeiras, outras: «coisas do povo», outras simplesmente «ditos». Eu acrescento: até constou que nos “Gagos” ia surgir um “Pingo Doce” ou uma «grande área comercial» para depois logo ser público que «apareceu esqueletos» impedindo então a construção, para hoje o terreno estar à venda.
Tem sido assim, que ao longo do tempo, tenho vindo a saber coisas sobre esta encantadora vila a que chamam “Alpiarça, Vila Tranquila; Vila de Qualidade”.
Lembro-me de uma que “Tia Alice” conta, quando quer me dizer algo de concreto.
Houve em tempos um grande comerciante alpiarcense. Pela sua posição e destaque comercial era a ele, que perguntavam pelas «referências desta ou daquela pessoa». A quem o fazia, respondia sempre com um sorriso do tamanho do mundo, com a mesma frase: «É tudo boa gente. Gente trabalhadora. Apenas existe para aí um sacana ou dois, mas não deixam de ser boas pessoas».
Na verdade Alpiarça é uma boa terra. Se a compararmos com outras, temos que admitir que nesta terra vinhateira existe um pouco de tudo – e bom. Começando pela assistência à infância para acabar na terceira idade, de tudo um pouco existe. Aqui melhor, acolá mais ou menos, além pior. As coisas existem e funcionam. Funcionar é que importante. Tomara muitas aldeias deste país implantado à beira mar ter em quantidade e qualidade o que Alpiarça tem.
A diferença é que os naturais nunca estão satisfeitos. Como tal, se não tem nada para dizer mal, inventam.
Nos últimos dias, ouviu-se dizer pelas esquinas que um “abelheiro” quis «encher a carteira dele com dinheiro de outros» quando na verdade o que o homem estava a fazer era levantar dinheiro seu numa caixa de “Multibanco”. Mas como estava todo engalfinhado numa protecção lunar, pouco faltou para ser um «bandido». Não bastasse a «raimona» foi em busca do pacato cidadão. Uma confusão de aparência que levou com que «pessoas sérias» passem a ser uns «safados».
Às vezes até aquelas pessoas ou entidades, das quais, levámos uma vida inteira a pensar que eram «de bem» descobriu-se que afinal estavam todos na falência ou em vias de para lá caminhar».
Não bastasse a estes o «dinheiro que desbarataram em prol do desconhecido e nas maiores falcatruas, que ainda hoje estão por apurar-se, a fim de não serem «prejudicados na imagem» o melhor que o Governo fez para «salvar a sua imagem» foi emprestar-lhes milhões de euros, caso contrário, era o descrédito para os vendedores de dinheiro.
Este pobre «abelheiro» homem sério, como se provou, apenas lhe pediram desculpa pela confusão. Mas quando os abutres financeiros emprestam dinheiro a quem já sabem não lhes pagar, ainda são considerados «salvadores do sistema». Melhor fizesse este pacato cidadão levantar o dinheiro da sua conta e ajudasse a autarquia a pagar as suas dívidas, se as tiver. Tenho as minhas dúvidas.
Se o fizesse, demoraria algum tempo, como os «policiais» teriam tempo de o «apanhar com a boca na botija» e assim os “apontadores de matrículas” já não teriam a trabalho de indicar aos policiais quem vinha mascarado com uma fardeta qualquer. Poderiam ainda ouvir que o «levantador daquilo que é seu» afinal era um «benemérito» pois o valor retirado da «caixa» destinava-se a uma boa acção, ou seja: ajudar a autarquia a pagar a quem deve».
Pela divulgação do “Programa de Regularização de Dívidas” publicado recentemente, só pode haver uma conclusão: a regência do burgo, não deve nada a ninguém, até nem uma simples “Lata de Tinta”. Não há “credores privados” porquanto 741.864 € são para pagar dívidas ao Estado e 1.112.798 € para Instituições de Crédito.
Coisas de pouco valor. Se fosse possível trocar estes «eurozitos por escudos» poucos milhares de contos davam. Talvez – para o «abelheiro” – nem meia dúzia de «colmeias» poderia comprar.
E diz “Tia Alice” que o “Estado” é uma pessoa de bem.
Uma «ova»!
Quando lhe contei a aventura do «homem das abelhas» “Tia Alice” lembrou-se do dito comerciante: «É tudo boa gente, minha filha!»
Eu a pensar que a autarquia do burgo devia uma «pipa de massa» – segundo consta no “Largo da Boneca”, afinal tem as contas em dia.
1.854.662 € de dividas a Instituições de Crédito e ao próprio Estado, nos dias que correm é alguma fortuna?
Agora acredito que Alpiarça tendo uma Câmara sem “calotes” vai deixar de ser a “Aldeia do Astérix” para passar a ser a “Cidade dos Gauleses”. De tal forma que qualquer dia ainda iremos no “Autocarro da Câmara” para a “Praia da Patacão”.


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