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terça-feira, 24 de março de 2009

Militares da GNR condenados em pena de prisão suspensa por receberem 25 euros para perdoarem multa


O Tribunal de Almeirim deu como provado que dois militares da GNR receberam cinco contos (cerca de 25 euros) para perdoarem uma multa por excesso de álcool a um condutor. E condenou cada um deles a penas de prisão de um ano e dez meses, suspensas por igual período.
Os guardas que na altura exerciam funções no posto de Almeirim não tinham antecedentes criminais, mas já tinham sido sujeitos a processos disciplinares. A um foi aplicada a aposentação compulsiva, mas ainda decorre um recurso desta decisão. O outro já tinha sido suspenso de funções durante 15 dias.
No acórdão, lido esta terça-feira, dá-se como provado que Leonel R. e Pedro E. mandaram parar um automobilista em Benfica do Ribatejo durante uma acção de fiscalização, no dia 3 de Setembro de 2000, cerca das 22h30, e sujeitaram-no ao teste de alcoolemia que acusou 1,30 gramas de álcool por litro de sangue.
Este foi informado que teria de ser conduzido ao posto de Almeirim. Um dos militares conduziu o veículo do condutor enquanto este seguia no carro da GNR que circulava à frente. Pedro E. disse para os passageiros que até Almeirim tudo se poderia resolver.
À entrada da cidade o guarda que conduzia a viatura da GNR parou e o condutor entregou uma nota de 5.000$00 que trazia no bolso.
Os guardas deixaram o automobilista retomar a viagem na sua viatura e este dirigiu-se ao posto de Alpiarça onde fez novo teste de álcool, que acusou 0,90 g/l, e apresentou queixa contra a patrulha da GNR.
A juíza presidente do colectivo, Maria José Cortes, disse que os arguidos quiseram aproveitar-se das suas funções com o propósito de obterem para si a quantia em dinheiro. E justificou que todo o circunstancialismo que envolveu a situação bem como a forma como deixaram o condutor ir embora sem ser autuado ditaram a decisão que se apoiou também nos testemunhos do condutor e das pessoas que o acompanhavam na altura.
«O Mirante»

1 comentário:

Anónimo disse...

Centeio como bom articulista que és devias pegar nesta triste história e compará-la com as histórias dos corruptos que roubam milhões e nada lhes acontece.
É um facto que um militar da GNR deve ser um exemplo de honestidade, mas e as outras autoridades?