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segunda-feira, 30 de março de 2009

Não há nem pode haver políticos sérios

Artigo de Opinião
Por: Antaeus

Para “Maquiavel” o político que é rigoroso ao manter sua palavra, será levado a mentir mais que qualquer outro para manter-se no poder. A advertência ilustrada pelo título da coluna é um exemplo a mais do que esta linha de pensamento recomenda ao político, como exercício de prudência política. Nada requer mais cuidado do que lidar com a verdade e a mentira.

É aconselhável, não se recomendar mentir. Mas é igualmente aconselhável qualificar o quanto se deve contar da verdade, “mas não conte toda a verdade!” Mentir em política ou não é sempre desaconselhável. Apesar de vivermos uma sociedade de extrema hipocrisia, em que mentir parece ser uma constante, pois muitas vezes usamos desse artifício para mantermos um convívio social aceitável. A mentira tem verdadeiramente “pernas curtas”...
São inúmeros os exemplos dos riscos, perigos e fatalidades políticas causadas pela mentira. São, por outro lado, incomparavelmente menores os casos em que, o político que a praticou escapou ileso. É preciso ter muita habilidade e controle pessoal para falar a verdade e, ao mesmo tempo, não falar toda a verdade. Uma única mentira pode destruir uma reputação de honestidade.
A pessoa que foi enganada sente-se desrespeitada e aquele que a enganou é entendido como falso. Entretanto, nem todas as verdades podem ser reveladas. Algumas devem ser mantidas sob reserva para protegê-lo, outras, para proteger a terceiros. O político ou o presidente de uma autarquia devem saber lidar com a verdade.
Ela possui o seu “timing” e a sua “dosagem” certa para cada pessoa e para cada momento. Mesmo com as boas notícias estes profissionais devem ser reservados e discretos. A questão então é o “espaço” que o político precisa de possuir. Uma pessoa sem espaço é uma carta aberta para todos lerem. O político precisa sempre preservar espaços para poder movimentar-se na arena do poder: espaços frente a outros políticos e espaços frente a outros políticos, simpatizantes e especialmente os oposicionistas.
É com este “este espaço” que ele pode surpreender: uma capacidade da qual não pode abrir mão. O “espaço” é o seu oxigénio extra, o seu combustível de reserva, o capital com que conta, quando parece não haver mais capital político. Na política, portanto, a atitude de dizer a verdade não é tomada de forma absoluta, como uma virtude política.
Esta atitude, no mundo da política está subordinada a outros princípios de prudência, cujo limite é “não mentir”. É uma daquelas virtudes privadas que, transferidas para a arena política, podem revelar-se desastrosas.
Entre a revelação parcial da verdade e a observância da regra de “não mentir”, há um largo espaço para o líder administrar a verdade, com prudência, responsabilidade e lucidez. Portanto, alguns dos políticos em Alpiarça precisam ao menos aprender a trabalhar a verdade parcial, pois, vivem da mentira absoluta.
É aí que muitos se perdem quando não percebem onde devem chegar. Não comungam nem total e nem parcialmente da verdade e são incapazes da observação da regra de procurar não mentir.
Cria-se então um chavão de que o politico é sinónimo de mentiroso como se todos nós não fossemos em vários momentos de nossas vidas. A diferença são os limites e as consequências das mentiras, além de não sermos representantes públicos escolhidos pelo povo e mentindo para o povo.

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