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quarta-feira, 13 de maio de 2009

Pedaços de história alpiarcense (1)

….”A esta vila cerca pela parte sul uma larga charneca aprazível pela planície dela, a qual toda é coutada real e nela produz muitas caças de veados, cervos, porcos, lebres e perdizes, a que ninguém caça se não com ordem do monteiro mor do Reino.
Pela parte do norte se divide o termos desta vila do da vila de Santarém com uma vala chamada de Alpiarça, cujo nome adquiriu de um assim chamado por onde ela passa. Temo seu nascimento junto da vila de Ulme, que dista desta quatro léguas e finaliza na vala da vila de Muge, que dista duas léguas.
É proibido pescar nela do dito lugar de Alpiarça até à dita vila de Muge. Tem um grande pego, chamado Pego da Rainha no sítio de Vale de Tijolos que dista desta mesma vila meia légua e nele se fazem pescaria com licença do monteiro mor do Reino e nele se colhe em ocasiões bastante peixe, fataças, barbos e sarmões, que são espécies de peixe que produz.“….

…”Em 8 de Junho de 1632, Filipe III incumbiu o monteiro mor de o informar sobre as chãs de Almeirim. As chãs de Almeirim, começam no Paul da Atela e acabam no principio dos arneiros de Vila Longa e têm de comprido duas léguas e de largo para a serra, da estrada que vem de Alpiarça para Almeirim, em partes meia e em parte mais e em outras menos; a terra é muito fraca, arienta e da mesma qualidade da charneca; o melhor pasto dela possui a quinta que foi de Nuno Velho Pereira, que se lavra de afolhada, e se dá algum centeio é pelo muito gado vacum que lha esterca”…

…”E porque a maior parte das chãs que correm do paul de Atela para Almeirim compete à Gocharia dos frades de Santo Agostinho do convento desta vila, podem trazer quantidade de ovelhas e cabras com provisão particular que os outros não têm.
Toda a caça grossa que há no paul de Atela e na ribeira de Muge sai de verão para estas chãs e de inverno nelas está por serem muitas e mui grandes moutas, aqui a matando sempre os Reis à espingarda e a monteavam à lança, que no paul e na ribeira de Muge era impossível e menos na serra, que é calva, montuosa e muito áspera de pedregulho”…

…” Os nomes considerados de interesse sobre o concelho de Almeirim são o Paço, o Sobral dos Frades de Santo Agostinho, os pinhais de Almeirim, o Casal do Regedor, a Quinta do Conde de Atalaia, a Quinta Banca, a Gocharia dos Frades de Santo Agostinho, os Casais de D. Francisco Mascarenhas, de João Lopes, de Diogo Saldanha, de Francisco de Mendonça”…

…” Na história de Almeirim regista-se a freguesia de Alpiarça como pertencente a este concelho. Durante muitos anos, a freguesia de Santo Eustáquio teve relevância pelo seu desenvolvimento económico e social, como a atestam diversos documentos da época.

Em 1836, a Organização do Distrito Administrativo de Santarém, registava a seguinte composição do concelho de Almeirim, com as suas freguesias e total de fogoso:
Almeirim: 383 fogos;
Muge: 230 fogos;
Alpiarça: 454 fogos
Monção de Bemfica:107 fogos;
Raposa: 80 fogos.”….

*** As palavras utilizadas são as que constam nos originais.

Fonte: BM/CMA/1985

NR: “Jornal Alpiarcense” vai começar a publicar periodicamente pequenos pedaços da história alpiarcense que alguns leitores nos vão fazendo chegar com o objectivo de darmos a conhecer aos nossos leitores mais jovens um pouco do passado alpiarcense como publicaremos pedaços da mais variada recolha de informações.

2 comentários:

Anónimo disse...

Como um soco no estômago, de chofre como todas as desgraças, a notícia trágica - morreu o Álvaro.

Mas como é possível?

o Álvaro? o nosso Álvaro?

Não... não pode ser!

Mas a realidade ultrapassa o raciocínio e a paixão.


Triste e crua realidade, o Álvaro Favas Brasileiro deixou-nos.

O Álvaro, que espalhava amigos, em todos que tiveram a sorte de o conhecer.

O Álvaro, ponderado sensato, lutador, militante, empenhado, solidário.

O senhor Álvaro, o amigo Álvaro, o camarada Álvaro.

O Álvaro que construiu uma vida de dignidade e honradez, reconhecida por tantos e tantos, de todos os quadrantes políticos e de todos os extractos sociais.

O deputado Álvaro Brasileiro, que nos corredores da Assembleia granjeou o respeito de todos, sem nunca abdicar dos seus princípios e deixar de lutar pelos agricultores, pelo seu distrito, pela sua terra, pelos desfavorecidos, por todos aqueles que tantos outros esqueciam e esquecem.

Todos estamos mais pobres - morreu um grande Homem.

Anónimo disse...

Como um soco no estômago, a notícia chega de chofre, como todas as más notícias - faleceu o Álvaro.

Mas como é possível?

o Álvaro? o nosso Álvaro?

Mas a realidade, na sua crueza, não poupa nada, nem ninguém.

E privou-nos da companhia do Álvaro Favas Brasileiro.

O senhor Álvaro, o amigo Álvaro, o camarada Álvaro.

O Álvaro empenhado. militante, corajoso, solidário, disponível.

O Álvaro sensato e ponderado.

O Álvaro que construiu uma vida de honradez, dignidade e trabalho.

O Álvaro respeitado e admirado por todos, independente da cor política ou extracto social.

O deputado à Assembleia da República admirado e respeitado por colegas e adversários.

O Álvaro empenhado nas pequenas e grandes causas, lutando por aquilo em que acreditava. Com empenhamento, com rigor, com diálogo, sem abdicar nunca dos seus princípios e ideais.

Morreu o Álvaro e todos ficamos mais pobres - morreu um grande Homem.