.

.

.

.

sábado, 23 de maio de 2009

Vigilia junto ao Centro de Saúde

A comissão de utentes de saúde do concelho de Alpiarça promoveu uma vigília junto ao centro de saúde local na sexta-feira, 22 de Maio, com o objectivo de exigir a colocação de mais médicos.

A acção de protesto juntou cerca de 150 munícipes descontentes com as actuais más condições de funcionamento do centro de saúde, que em grande parte se devem à escassez de recursos humanos.

“São necessários sete médicos de família e neste momento temos apenas dois”, explica Paula Matias, porta-voz da comissão de utentes, acrescentando que há cerca de 4.200 utentes sem médico de família, um número que significa mais de metade dos inscritos no centro de saúde.

Para agravar o problema, uma profissional do quadro reformou-se há cerca de três semanas e dois dos clínicos contratados em prestação de serviços também foram embora.

“Agora, há um médico a fazer nove horas semanais e uma outra a fazer quatro horas”, conta Paula Matias.

“Precisamos urgentemente de médicos e de pessoal de enfermagem”, sublinha.

Constituída há cerca de sete meses, a comissão de utentes já reuniu com várias entidades afectas ao Ministério da Saúde, mas as respostas não são satisfatórias.

“Dizem-nos que não há médicos de clínica geral para colocar nos centros de saúde, mas isso não nos resolve os problemas”, acrescenta a mesma responsável.

“A saúde é um direito assegurado pela Constituição, mas estamos a ser privados dele porque nem toda a gente tem dinheiro para ir para o privado”, disse ainda Paula Matias, imputando as culpas “à falta de vontade política do governo.

No caso concreto de Alpiarça, “os utentes estão a entrar em desespero”, acrescentou a porta-voz, que deixou um elogio “ao enorme esforço” que os responsáveis e funcionários do centro de saúde local têm feito para minimizar os problemas de funcionamento.

“A saúde dos portugueses é mais importante que a saúde dos bancos”, afirmou o deputado do PCP António Filipe, acrescentando que “se o governo tem milhões para salvar os bancos da crise, com bem menos resolveria os graves problemas de saúde que afectam os portugueses”.

O deputado comunista lembrou que o PCP já questionou duas vezes o Ministério da Saúde sobre a falta de médicos de família em Alpiarça, tendo obtido “respostas vagas e que nada adiantam”.

“Na última vez, dizem que o problema vai ser resolvido a médio ou longo prazo, mas as pessoas estão doentes hoje, não podem esperar seis meses por uma consulta”, criticou.

Pelo grupo parlamentar dos Verdes, esteve presente o deputado Francisco Madeira Lopes, para quem “a grande presença da população nesta acção é um acto de cidadania mais importante que qualquer requerimento apresentado na Assembleia da República”.

“Ao longo desta legislatura, a saúde e a educação foram os direitos mais sacrificados em nome do défice”, defendeu, lamentando que vários concelhos do distrito estejam a sofrer os efeitos “desta aposta errada”.

«O Ribatejo»

Sem comentários: