.

.

.

.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Não são todos iguais

Artigo de Opinião
Num momento em que tanto se fala de golpes, jogadas de bastidores, ajustes de contas, carreiras políticas em ascensão e entretanto interrompidas, a propósito da constituição das listas para as eleições legislativas que se aproximam, atrevo-me a falar de princípios, de actividade parlamentar, de estilo de trabalho…


Mesmo sabendo que o que está a dar é o salve-se quem poder e cada um tratar do seu arranjinho, mesmo que para conseguir os seus objectivos (muitas vezes apenas pessoais…) se tenha de vender a alma ao diabo… apesar de tudo isso… assumo o risco.

O que diferencia os candidatos e os deputados (e os demais titulares de cargos públicos) do PCP dos candidatos e deputados dos outros partidos?

Escolha da lista de Santarém para a Assembleia da República foi feita com base numa primeira discussão nas várias organizações concelhias do PCP. Dessa discussão resultou um levantamento de nomes para ser apreciado pela direcção regional; De seguida, tendo em conta diversos critérios estabelecidos (composição social, idades, participação de mulheres muito para além do que a lei impõe, distribuição geográfica…), foi elaborada uma proposta que voltou a ser analisada pela direcção regional do partido, pelos parceiros de coligação - Verdes e Intervenção Democrática - e que voltou a cada uma das organizações para que se pronunciassem sobre os nomes em concreto.

No caso de Alpiarça, por exemplo, a proposta de inclusão da Inês Aguiar foi discutida em duas reuniões da Comissão Concelhia do PCP.

Aprovada a lista na estrutura regional, dela foi dado conhecimento aos órgãos nacionais do PCP.
No PCP, o secretário-geral não indica nomes da sua confiança para nenhum lugar da lista…

Por outro lado, todos os candidatos assinam um compromisso de honra em que se comprometem a não ser prejudicados nem beneficiados pelo facto de exercerem cargos institucionais de relevo.
Este é um princípio do qual não abdicamos e que faz toda a diferença relativamente aos outros partidos. Porquê?

Porque entendemos o exercício dessas responsabilidades como uma tarefa.

Como muito bem diz repetidamente o meu camarada Sérgio Ribeiro, não se é deputado…está-se deputado…

Para nós, comunistas, não há políticos e carreiras políticas…

Porque não somos todos iguais (embora esse seja um argumento espalhado por aí, de forma a que se esbatam as profundas diferenças entre o exercício de cargos públicos por parte dos comunistas e dos eleitos de outros partidos…), assumimos compromissos éticos e compromissos políticos.

É por isso que, onde há um problema, uma reivindicação, um assunto que merece ser resolvido, há sempre um deputado do PCP.

Tome-se como exemplo o caso de Alpiarça:

Todos os anos, por altura da discussão do Orçamento de Estado, o PCP, com ou sem deputado da terra, fez propostas concretas de interesse para o concelho; Propostas essas que foram invariavelmente chumbadas…

Por outro lado, muitos foram os problemas que motivaram a deslocação de deputados do PCP e dos Verdes ao concelho nos últimos quatro anos.

Por aqui passaram Jerónimo de Sousa, Agostinho Lopes, Bernardino Soares, António Filipe…Oportunamente o balanço concreto desse trabalho será divulgado.

Octávio Augusto