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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Um verdadeiro artista na palavra escrita

Saramago dispensará elogios, assim como dispensou a presença do Presidente da República nas suas exéquias.
Porém, deixo aqui por minha conta e risco, um tributo ao Homem e Escritor José Saramago, nascido no outro lado do Tejo - Azinhaga.
Para além de nosso vizinho do Vale do Tejo, autodidacta que gostava de ler até lhe arderem os olhos, cultivou a palavra com a mesma dedicação com que os nossos trabalhadores rurais cultivaram as nossas terras ribeirinhas durante gerações – hoje com outros métodos mais modernos, fáceis e produtivos.
Conseguiu com muito trabalho e teimosia, voar mais alto, para nosso orgulho. O orgulho só sentido por quem é tocado pelos valores desta carta a sua avó e de outros escritos seus.
Não interessa a opinião dos seus detractores quanto ao facto de ter sido um “esquerdista” laureado com o Prémio Nobel (diga-se, único em toda a nossa história literária); se os seus textos têm muitas ou poucas vírgulas; se o seu estilo e modo de ver as coisas incomoda ou não muita gente.
Assim, como também não importa se alguém votou contra ou se optou pela abstenção numa qualquer moção pública nesta ou naquela Câmara, nesta ou naquela Assembleia Municipal ao ser evocado o seu nome para singela homenagem.
José Saramago foi um vencedor porque mereceu sê-lo, pelo seu trabalho, pela sua dedicação, pela sua verticalidade e postura ao longo da vida e, pelo facto de ser um homem sério, simples e genuíno, como revela, aliás, em toda a sua obra.
Um verdadeiro artista da palavra escrita. Um Mestre na difícil arte de contar. Isso, ninguém poderá negar. A obra está aí. O seu reconhecimento público também.
Obrigado vizinho Saramago.
Por: M.Dacosta

1 comentário:

Anónimo disse...

Deixo aqui, como complemento a este post, a opinião de alguém admirador do Escritor,logo após a sua morte:

"MORREU JOSÉ SARAMAGO
Mas ficará sempre entre nós
O comunista convicto, HOMEM do POVO
Que desde sempre lutou
Para ver o seu Portugal, um país novo.
Gostava de CAMÕES e dos poetas da Liberdade,
Amado por muitos, ostracizado por alguns
Nunca baixou a guarda na defesa da Verdade.

Aqueles que desdenharam o seu valor, apresentam, hoje, sentidos pêsames vazios de sentimento.
O HOMEM DA “Jangada de Pedra” que uniu os povos das margens do grande Oceano, respirou hoje pela última vez e, decerto, a sua última vontade foi a de seguirmos o seu ideal.
O MUNDO FICOU MAIS POBRE.
Em vez de ADEUS, um ATÉ JÁ !!!

ARFER