.

.

.

.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Jerónimo (de Sousa) tem um bocadinho de razão quando diz que é um tiro de pólvora seca

Marcelo Rebelo de Sousa considerou este domingo no habitual comentário político no Jornal Nacional da TVI que a ameaça de eleições antecipadas que Passos Coelho deixou cair na festa do Pontal, este sábado serviu «para alimentar o fogo sagrado das bases» e que «Jerónimo tem um bocadinho de razão quando diz que é um tiro de pólvora seca».
Marcelo começou por considerar que a intervenção de Passos Coelho foi «mobilizadora» como quem diz «estamos a um passo do poder, estamos com uma dinâmica de vitória, não temos medo de eleições. Eu interpreto aquilo que ele não disse no discurso, disse fora do discurso para a comunicação social, que foi o de dizer "se o governo entende que não tem condições para governar ainda há tempo para convocar eleições". Eu acho que isso foi feito para mobilizar o partido. Porquê? Porque ele sabe que o governo não sai, não vai apresentar moção de censura, porque não passa nenhuma moção de censura, sabe que o Presidente não dissolve e portanto aquilo é no fundo para alimentar o fogo sagrado das bases e nessa medida, só nessa medida, tem um bocadinho de razão Jerónimo de Sousa quando diz que é um tiro de pólvora seca, quer dizer toda a gente sabe que não vai haver eleições até às presidenciais, mas é bom alimentar o ego do partido», defendeu Marcelo.
Sobre o ataque à Justiça do líder do partido, o professor considera que é dada uma «pancada no Governo e no procurador-geral da República». Marcelo defende que a «pancada» é muito violenta, inclusive «elogiosa» para o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público.
Sobre o Orçamento de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa considera que Passos Coelho foi «muito hábil», uma vez que apenas disse que não quer aumento de impostos e cortes na despesa. «Eu acho que ele está fazer um equilíbrio muito difícil entre alimentar a dinâmica das bases e mostrar que não tem medo de eleições (...) mas por outro lado não diz "nós chumbamos o Orçamento, nem põe condições impossíveis".
«No fundo para Pedro Passos Coelho não interessam eleições com estas sondagens. Isto dá uma vitória pouco folgada, dá-lhe mais jeito desgastar o Governo em lume brando», disse.
«TVI»

Sem comentários: