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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Os bons e os maus politicos

A carreira política é ambicionada por diversas pessoas, umas aliciadas pela possibilidade de desempenhar um papel mais activo na construção da sua freguesia, concelho ou país, contudo, outras são seduzidas por desejos menos positivos, tais como a vontade exclusiva de ter poder ou de alcançar “tachos” directos ou indirectos que advêm das redes de interesses criadas na política.
Os elevados cargos políticos deveriam ser consequência, essencialmente, do bom trabalho profissional realizado (extra-política) pelas pessoas, todavia o que se verifica muitas vezes é o contrário. Será que poderemos confiar os destinos de uma freguesia, concelho ou país a alguém que nunca foi capaz de mostrar reais méritos no percurso da sua profissão? Deste modo, são muitos os políticos que fazem da política uma profissão e que desta procuram obter inúmeros “tachos” porque, se a determinado momento não têm um cargo político, ficam no desemprego. E quando não há um cargo político disponível, procuram um cargo não político dentro dos seus contactos políticos. Este tipo de políticos são tipicamente aqueles que procuram tais “tachos” a todo o custo e que serão mais vulneráveis a pressões quando assumem um cargo político elevado, uma vez que eles próprios são o resultado de jogos de interesses que os levaram a elevados cargos, sem provas dadas no terreno e perante a ausência de mérito.
As ideias que um político enumera valem muito, sem dúvida, contudo o seu passado revela muito da sua personalidade, nomeadamente devido ao modo como ascendeu politicamente.
Existem muitos políticos de profissão e não é difícil identificá-los. Apresento, de seguida, um guia para o leitor identificar um político de profissão que vive exclusivamente às custas do que a política lhe providencia. Admito que possa haver excepções, como também admito que este guia não permita identificar todos, mas pelos menos ajuda a identificar os mais flagrantes!
Características mais comuns de um político de profissão:
Têm um currículo quase exclusivamente dedicado à carreira política, tendo poucas referências extra-política.
Os cargos profissionais (extra-política) que arranjaram foram à custa da rede de interesses criada na política (por exemplo: o dono da empresa é um amigo da política).
Quando chegam a um cargo de poder são aqueles que distribuem mais cargos a pessoas com duvidosos méritos (que correspondem àqueles que os ajudaram, também sem mérito, a ascender na política, por isso há que recompensá-los).
Tiram o curso universitário tarde e em universidades privadas de qualidade “duvidosa” (mas que ninguém duvida que são fracas! lol), só para serem apelidados de “doutores”.
São políticos destes que mancham a imagem daqueles que por efectivo mérito obtiveram cargos políticos e que demonstraram enormes capacidades para merecerem a confiança dos eleitores. Por isso, o problema não está apenas nos políticos, mas também nos eleitores que analisam de forma minimalista os candidatos a um cargo e focam-se frequentemente na “imagem” (seja lá o que isso for) dos políticos. Como consequência, criamos na Assembleia da República um desfile de bons falantes e de gente bonita. Não querendo intrometer-me nas decisões dos eleitores, realço que para mascotes já temos o Galo de Barcelos, que toma bem conta do seu recado.
A.P.L.

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