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domingo, 24 de abril de 2011

O actual sistema protege «os mais espertos e os aldrabões»

Diogo Leite de Campos, vice-presidente do PSD, quer «acabar com os benefícios sociais e fiscais para toda a gente» e defende a criação de um «cartão social de débito».
Um sistema no qual o Estado presta serviços em vez de dar dinheiro. É este modelo defendido por Diogo Leite de Campos, que quer criar um «cartão social de débito» que substitua prestações sociais como o rendimento social de inserção ou o abono de família.
«Há muita gente que recebe subsídio para a renda ou abono de família e depois gasta o dinheiro noutras coisas», diz o vice-presidente do PSD, explicando que com «o actual sistema não é só quem mais precisa que recebe benefícios sociais, são os mais espertos e os aldrabões».
Leite de Campos acredita que «por muito socialmente indigente que seja uma pessoa, não pode morrer abandonado ou à fome». Por isso, o social-democrata estabelece uma hierarquia de «valores sociais» que têm se ser assegurados pelo Estado e que incluem «à cabeça a saúde e a educação».
Segundo esta ideia, o acesso a hospitais e escolas públicos deve ser gratuito, mas os outros serviços devem ser prestados «por instituições de solidariedade social, que têm mais vocação do que o Estado para essas áreas» e pagos por um cartão social de débito.
«Sopa dos pobres, albergues e serviços de saúde» são alguns dos exemplos de serviços sociais que poderiam ser pagos por este sistema, segundo o dirigente social-democrata.
Diogo Leite de Campos acredita mesmo que seria possível aplicar esta ideia sem aumentar os impostos e afirma que actualmente «o Estado não sabe os benefícios que dá por categorias, está a englobá-los na categoria de despesa pública».
«O Estado dá benefícios fiscais para a saúde, educação e transportes e não sabe se o benefício fiscal está a ser bem utilizado», disse Leite de Campos num almoço organizado pela Câmara do Comércio e Indústria Luso Francesa, esta terça-feira, em Lisboa.
Esta nova forma de financiar os apoios sociais do Estado pode mesmo ser integrada no programa de Governo do PSD. «A minha cabeça vale alguma coisa», comenta o vice-presidente do partindo, fazendo votos de que o programa do PSD «vá interiorizando o cartão de débito social».
Apesar de achar «um desastre» a taxa de IVA a 23% e de defender a redução da carga fiscal, Diogo Leite de Campos admite que o PSD, se for Governo, possa ter de aumentar os impostos.
«Um Governo do PSD terá de governar com o programa do FMI», afirma, explicando que as medidas impostas pela troika que está a negociar a ajuda financeira a Portugal «são uma factura deixada por este Governo», que deveria ter pedido essa ajuda «em Outubro do ano passado» em vez de «aumentar impostos e diminuir as prestações sociais».
http://sol.sapo.pt/

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