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sábado, 28 de maio de 2011

No País que vota

É preciso deixar o ar condicionado da redação, sair da malha urbana lisboeta em direção ao país real, para tomar o verdadeiro pulso à campanha. Depois de atravessar algumas ruas e parar nuns quantos cafés de província, regressei à secretária com a convicção de que o PSD ganhará as eleições. Com uma margem curta mas suficiente para poder coligar-se com o CDS e formar um Governo maioritário. Antes desta incursão no terreno, apostava num empate, o que significa que uns dias achava que Sócrates ainda conseguiria dar a volta por cima e noutros inclinava-me mais para a hipótese de Passos Coelho ser primeiro-ministro.
Mas a verdade é que os portugueses - e passei por sítios que nada têm de laranjinha - estão desejosos por uma mudança. Não quer dizem que amem Passos Coelho, mas também não o odeiam. Encaram-no como um mal menor. Não tem experiência governativa, o que é para uns é um handicap, mas parece simpático, atencioso, tranquilo e transparente. É bonzinho, no que isso tem de bom e de mau. Não convence toda a gente, mas a necessária para ficar à frente do PS. Se conseguirá ou não levar o mandato a termo é outra questão, mas que terá de ser analisada noutro momento.
Para já fico-me pela certeza (e admito poder estar absolutamente errada) de que o eleitorado vai provocar a alternância democrática. Pouco interessa se o futuro executivo vai cair mais para a direita e menos para a esquerda - ao contrário do que pensam as cúpulas de Lisboa, parece-me que a fatia de eleitores que vota por convicções ideológicas é residual - interessa mesmo é que qualquer coisa seja feita de forma diferente e pode ser só uma questão de estilo.
Incrivelmente, toda esta dinâmica foi criada depois do debate final que opôs Sócrates a Passos Coelho. Para mim, não foi óbvio quem ganhou ou perdeu o frente a frente. Mas há empatias que se criam e laços que se quebram quando menos se espera.
http://aeiou.visao.pt/no-pais-que-vota=f604512

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