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terça-feira, 28 de junho de 2011

Atitudes Nobres…

Por: Carina João - Deputada
do PSD

Escrevo estas linhas quando termina a eleição para o cargo de Presidente da Assembleia da Republica, e após a tomada de posse do novo Governo do país.

Partilho convosco este estado de atitudes que se viram e são espelho de realidades e posturas que rareiam muitas vezes em política.

Fernando Nobre após ter visto o seu nome chumbado 2 vezes para 2ª figura da hierarquia do Estado, teve a nobreza de retirar o seu nome de cima da mesa. Retirou a candidatura e vai ficar deputado. Recordando o passado, o PSD sempre viabilizou a eleição do nome proposto pelo partido mais votado. Desta vez isso não aconteceu com o nome que o PSD propôs de inicio. Triste exemplo e rasteiro comportamento democrático das forças da oposição, em especial do maior partido da oposição. Eis as diferenças.

Aquando deste chumbo encontrava-me junto a Fernando Nobre e os deputados que o abordavam vinham dar-lhe os cumprimentos e manifestavam o lamento do que estava a acontecer. Fernando Nobre relativizou com uma pequena história que me fez perceber a sua nobreza de atitude. Disse ele: “no meu percurso de vida vi muitos homens adultos em estados terminais de vida, onde muitas vezes a única palavra que os ouvia pronunciar era “mãe”…temos que relativizar os problemas, porque os há bem mais graves…”

Foi com este espírito que poupou o PSD a um embaraço, ao ter colocado o seu lugar fora da corrida. Há valores mais altos que se levantam em determinadas situações.

Já bem depois disso, esta tarde, pela 1ª vez na história da democracia portuguesa, elegemos uma mulher para presidir ao cargo de Presidente da AR. Assunção Esteves é a nova presidente este órgão de soberania.

Foi um momento simbólico da eleição do cargo, como também acrescido de uma carga de significados que devem orgulhar todos os cidadãos.

No seu discurso de tomada de posse enobreceu o parlamento e o papel da mulher na vida pública. Falou de responsabilidade política do parlamento virada para a sociedade, e teve uma ilustrativa metáfora daquilo que quis dizer ao chamar a esta casa “o mapa do povo”.

Pedro Passos Coelho surpreende-nos com as suas escolhas. Pelo carácter das pessoas, pelo seu valor acrescentado à democracia e acima de tudo pela nobreza das suas atitudes.

Também na sua tomada de posse como 1º ministro, Passos Coelho anunciou um novo ciclo de atitudes, propondo um pacto de confiança, abertura e responsabilidade para com o país. Deu o primeiro exemplo dessa nova etapa ao anunciar já nesta tomada de posse, que não irá nomear novos governadores civis para o cargo, uma vez que sempre se manifestou contra a sua manutenção. A liderança vem sempre com o exemplo.

Uma frase simbólica marcou o final, quando repetiu a ideia também de Cavaco Silva, ao dizer que “Portugal não pode falhar e eu sei que Portugal não falhará”.

Faltam certezas nesta época de tanta turbulência política, há todo um novo caminho a percorrer e um país num dos mais problemáticos momentos da sua história democrática. Mas há sinais muito importantes para restabelecer essa confiança e esperança para o futuro e para as gerações mais novas.

Certamente contaremos com gente que mais do que uma lufada de ar fresco, trás uma lufada de ar puro. Com grandiosidade nas palavras, com a responsabilidade das decisões difíceis, mas acima de tudo com nobreza de atitudes.

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