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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Descobrindo Portugal à mesa com "Esses de Alpiarça" em terra do Brasil


Acaba de ser editado, em Portugal, o "Guia 564 Restaurantes". E já o pudemos ler, graças a generoso presente do grande médico e gourmet Tota Figueira. Um trabalho do crítico gastronômico português José Silva, que escolheu como critério de suas escolhas "a condição imprescindível de se comer bem ou muito bem". O livro é patrocinado pelo Jornal de Notícias e pelo Diário de Notícias, e nasceu do concurso "As 7 Maravilhas gastronômicas de Portugal". Ali estão, como o próprio título sugere, os 564 melhores restaurantes de Portugal - Lisboa, Porto e também cada região (Minho, Trás-os-Montes, Douro Litoral, Beira Interior e Litoral, Ribatejo, Estremadura, Alentejo, Algarve), além das ilhas (Madeira e Açores). Tudo a partir de categorias (sopas, entradas, carne, peixe, mariscos, caça e doces), preço, qualidade do serviço, instalação, decoração e carta de vinhos.
Ao fim de cada capítulo, vemos os principais ingredientes e receitas de cada região. E já que tudo vale a pena ('se a alma não é pequena', como dizia Pessoa), cumpre aqui lembrar deles. No Minho, lampreia seca, pudim do abade de Priscos, chouriça de cebola, salpicão, laranja do Ermelo, clarinhas de Fão, broa de milho. Da região de Trás-os-Montes, as famosas cascas (ou casulas), amêndoas cobertas de Môncorvo, butelo, queijo terrincho, azeite, presunto de Montalegre e alheira. Já no Douro Litoral, destaque para conservas de sardinhas em azeite, tripa enfarinhada, pão-de-ló de Margaride, fatias (cavacas) de Resende, jesuítas de Santo Tirso, castanhas doces de Arouca, broa de Avintes. Da Beira Interior, queijo da serra, maçã-bravo-de-Esmolfe, morcela da beira, farinheira, maranhos, requeijão, cerejas. Já na Beira Litoral, especialidades são enguias de barrica, flor de sal da Figueira da Foz, leitão assado à moda da Bairrada, queijo rabaçal, ovos moles, pão-de-ló de Ovar, pastéis de Tentúgal. Enquanto, no Ribatejo, a preferência é por enchidos de Almeirim, Esses de Alpiarça, arrepiados de Almoster, fatias de Tomar, pão-de-ló de rio maior, melão, tigelada de Abrantes. Em Estremadura, queijada de Sintra, queijo de Azeitão, pastel de Nata, pastel de Belém, morcela de arroz, pêra rocha, cantarelos (ou rapazinhos) dos Pinhais. Sabores do Alentejo são espargos bravos, túberas, ameixas de Elvas, queijo de Serpa, silarcas, túbaros (testículo de porco ou borrego), azeite. E os da região do Algarve, figo, polvo seco, estupeta de atum, alfarroba, laranja, amêndoa e romã. As ilhas têm, também, ingredientes e receitas próprias. Nos Açores, maracujá, queijo de são Jorge, conservas de barriga de atum, chá gorreana, inhame, queijadas de Vila Franca, ananás. E, na Madeira, banana, bolo do caco, poncha, anonas, lapas, batata doce, bolo de mel.
Para os que ainda não têm o guia (que recomendo), seguem algumas indicações de restaurantes. Em Lisboa: Adega da Tia Matilde, Clara Chiado, Confraria, Largo, Na ordem... com Luis Suspiro, Pap'Açorda e Solar dos Presuntos. E no Porto: A Cozinha do Manel, Dop, Foz Velha, Líder, O Rápido, Pedro Lemos, Rogério Redondo. Tudo bem, tudo muito bem, mas nessa história toda faltou só lembrar São Tomé. No papel, sem problemas. Papel aceita tudo. Até desaforo. Mas serão mesmo tão bons, no mundo real, esses sabores? Há só um jeito de tirar a prova. É ir até lá. Estamos indo, hoje. Na volta, conto como foi.
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http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI5619454-EI11364,00.html

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