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sábado, 28 de abril de 2012

Discurso do PSD para a Assembleia Municipal de Alpiarça, nas celebrações do "25 de Abril de 2012"



 Discurso do PSD para a Assembleia Municipal de Alpiarça, nas celebrações do 25 de Abril de 2012


Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
Senhores Autarcas, minhas Senhoras e meus Senhores.

Vou tentar ser breve e não vos maçar muito com esta minha intervenção.
Começo por prestar a minha homenagem a todos aqueles, que nesta sessão solene da Assembleia Municipal recebem diretamente ou por intermédio de familiares, a medalha de luta antifascista, instituída pela Câmara Municipal de Alpiarça, nomeadamente o Sr. Manuel Vital, que na flor da sua juventude deu a vida pelos seus ideais, deixando a sua família em situação muito complicada.
Estou à vontade para o fazer, porque ao contrário de outros votei favoravelmente na assembleia Municipal a proposta de entrega das respectivas medalhas.
Bem hajam e um grande obrigado por tudo o que fizeram por Alpiarça e pela liberdade.
Dito isto, e difícil que pareça, nunca tanto como hoje, tive dificuldade em falar-vos sobre o 25 de Abril.
Seria mais fácil vir aqui, ligar a cassete, e fazer referências ao “Depois do Adeus ou a Grândola Vila Morena”.
Como a grande maioria dos portugueses, eu fui daqueles que em 25 de Abril de 74 festejei até à loucura este grande acontecimento da história de Portugal. A história terá sempre de ser recordada, sobretudo em memória daqueles que já não estando entre nós, contribuíram para a liberdade e democracia do povo Português, sem nada receberem em troca. Ao dizer-vos isto, estou obviamente a pensar no Capitão Salgueiro Maia que ao contrário de tantos outros, nunca tirou proveito da situação para se autopromover, sendo por isso em minha opinião o grande obreiro do 25 de Abril de 1974.
Temos sido um povo com muita História e grande prestígio ao longo de muitos séculos, mas também somos um povo de oito ou oitenta, não conseguindo depois de grandes vitórias manter uma linha de meio-termo, dando aos nossos seguidores uma vida estável e duradoura.
E que me lembre, tal já aconteceu por tês vezes na história de Portugal,


 Foi no dia um de Dezembro de 1640 considerado o dia da Restauração, quando uma revolta que alastrou a todo o país, chefiada por um grupo de 40 conjurados derrota a dinastia Filipina, e poe termo a 60 anos de ocupação Espanhola, devolvendo aos Portugueses o trono de Portugal, que viria a ser ocupado por D. João Duque de Bragança.
Muitos anos depois, temos a implantação da Republica em 5 de Outubro de 1910, com um governo provisório chefiado por Teófilo Braga. Coube a um Alpiarcense “ a honra de proclamar a Republica, da varanda da Camara Municipal de Lisboa”, e como todos nós sabemos esse Alpiarcense foi o Senhor Doutor José Relvas, um homem com um “H” muito grande e a quem Alpiarça e os Alpiarcenses muito devem.
Muitos de vós estarão a pensar neste momento, mas que tem tudo isto a ver com o 25 de Abril? Eu direi que tem muito, porque tanto o dia da Restauração de 1640,como a proclamação da Republica de 1910, assim como o 25 de Abril são revoltas feitas pelo povo e para o povo, com datas que ficarão gravadas a letras de ouro na História de Portugal.
Em todos estes casos que aqui mencionei, o pior é sempre o depois, porque não sabemos ou não queremos manter as espectativas pelo qual praticamos os atos. A seguir à euforia e aos festejos  voltam sempre os mesmos problemas, ou seja, aparecem os oportunistas que de capitães passaram num abrir e fechar de olhos a Generais, aparecem os ocupadores do alheio, os exploradores e os explorados, e por fim surgem os  governantes inconscientes e sem capacidade politica, tudo secando à sua volta.
E assim  chegámos a 25 de Abril de 2012.
Passados 38 anos da revolução dos cravos, temos um Portugal muito perto da banca rota, invadido pela Troika, um Estado caótico onde em breve teremos 20% de desempregados, e pessoas a perderem os seus haveres e a passarem fome. Temos também portugueses que trabalharam uma vida inteira para receberem reformas de duzentos e poucos euros mensais, enquanto outros, (os portugueses de primeira) recebem quatro e cinco mil e ainda outros recém chegados de nacionalidade estrangeira a receberem subsídios de reinserção social acima de 500 euros.
Temos um país onde os princípios sejam eles familiares, de amizade, religiosos, ou outros há muito deixaram de existir.
COM TUDO ISTO, SENHOR PRESIDENTE MINHAS SENHORAS MEUS SENHORES, que fazer ???.
Eu não sei!!!.
Festejo com alegria e nostalgia esta data porque assisti ao vivo à revolução dos cravos de 25 de Abril de 74.
NÃO MAIS PODEREI ESQUECER TAL ACONTECIMENTO.
É caso para me interrogar, onde andam os descendentes desses portugueses que despacharam 60 anos de ocupação Espanhola, acabaram de vez com a monarquia, e disseram não à ditadura de Salazar e Marcelo Caetano???. E termino Senhor Presidente, perguntando, onde está o nobre povo, a nação valente, imortal, e questionando-me se não será de levantar, HOJE DE NOVO O EXPLENDOR DE PORTUGAL  E GRITAR ALTO E BOM SOM, CONTRA OS CANHÕES MARCHAR MARCHAR!
Viva PORTUGAL.

Foto: CMA

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