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domingo, 22 de julho de 2012

Morreu Pedro Ramos de Almeida uma "grande figura" da luta antifascista


O dirigente histórico comunista Domingos Abrantes lamentou hoje a morte do escritor e político Pedro Ramos de Almeida, afirmando que Portugal perdeu uma "grande figura da luta antifascista e da luta pela institucionalização do regime democrático".
Para o dirigente comunista, Ramos de Almeida era um "intelectual de grande craveira", considerando o seu desaparecimento aos 80 anos "uma grande perda no terreno das letras e no terreno da luta antifascista".
Domingos Abrantes lutou ao lado de Pedro Ramos de Almeida na luta contra o fascismo, tendo sido um dos oito presos comunistas que se evadiu da prisão de Caxias em 1961.
À agência Lusa, recordou o "amigo e camarada" com quem partilhou esta luta: "Trabalhou comigo e com muitos outros camaradas na juventude, desde 1954, foi um destacado dirigente do MUD [Movimento de Unidade Democrática] Juvenil, esteve preso, mas sempre com um comportamento digno".
"Teve sempre uma atividade empenhada, não só na juventude, mas em toda a luta da unidade antifascista", frisou.
No plano internacional, Ramos de Almeida desempenhou "um grande papel no desenvolvimento da solidariedade com os presos políticos e com o povo português no tempo da ditadura fascista".
"Tem um trabalho notável de denúncia do fascismo e do salazarismo, tem obras sobre isso, que são ainda hoje indispensáveis para a compreensão e conhecimento do que foi o salazarismo", sublinhou.
Segundo o dirigente, foi uma pessoa "empenhada até ao fim e sempre muito confiante": "Nos últimos tempos, tinha uma noção exata dos perigos que a nossa democracia corre, até porque foi uma pessoa que conheceu bem os processos do desenvolvimento do fascismo".
Por outro lado, frisou, "também é um amigo, um camarada que naturalmente vemos partir com mágoa, mas acho que cumpriu o seu papel e a liberdade conquistada no 25 de Abril tem uma parte da sua contribuição".
Pedro Ramos de Almeida, escritor e ex-dirigente do PCP, morreu hoje, em Lisboa, vítima de insuficiência respiratória, disse à agência Lusa fonte familiar.
Nascido em Lisboa em 1932, licenciado em direito e lutador antifascista, foi dirigente do PCP e viveu no exílio em Argel na década de 60 onde, como membro do PCP, pertencia à Frente Patriótica de Libertação Nacional.
Nesses anos, foi um dos responsáveis pela rádio Voz da Liberdade, que emitia para Portugal a partir de Argel.
«Lusa»

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