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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A obra da Praça do Município


Nos últimos anos os investimentos feitos em Alpiarça não têm sido pacíficos e na maioria deles ficamos mesmo com a ideia que há um estragamento de dinheiros públicos, de dinheiros que em última análise quem pagamos somos nós: Rotundas, praças, fontes, parques de estacionamento, estátuas, monumentos, pavilhões, ginásios, pistas.


A voracidade dos fundos comunitários levou-nos a isto, levou aos sucessivos governos nacionais, levou às câmaras municipais, as de ontem e as de hoje as gastarem o que não tinham e não têm em obras muitas vezes (felizmente não todas) de duvidosa utilidade.
Por Fundos Comunitários entende-se o conjunto dos Fundos Estruturais (FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, FSE – Fundo Social Europeu, FEOGA – Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola e IFOP- Instrumento Financeiro de Orientação da Pesca) e do Fundo de Coesão, os grandes instrumentos financeiros que a União Europeia disponibilizou a Portugal com o objectivo de reduzir as disparidades de desenvolvimento face aos restantes Estados Membros e de garantir a coesão económica, social e territorial.
Desde a adesão, em 1986, até à actualidade, a União Europeia colocou à disposição do país avultados recursos para financiamento de intervenções regionalizadas ou horizontais realizadas com investimento público nacional e investimento privado. Os Fundos Estruturais foram contemplados em quatro ciclos de programação ou quadros comunitários de apoio (QCA): Anterior Regulamento (1986 – 1988), QCA I (1989- 1993), QCAII (1994-1999), QCA III (2000-2006). Os Fundos de Coesão, disponibilizados para reforçar a coesão económica e social dos Estados Membros com produto nacional bruto por habitante inferior a 90% da média comunitária, tiveram dois ciclos de programação (1993-1999 e 2000-2006). Actualmente temos o QREN - Quadro de Referência Estratégica Nacional
No actual QREN a comparticipação a fundo perdido é de 85%, ou seja numa obra de 1.000.000 de euros a comparticipação do QREN é de 850.000 euros e as câmaras e outros organismos públicos "apenas" desembolsam" 150.000 euros, mas com a agravante de só se poder meter um projecto por ano.

Desconheço o caso concreto de Alpiarça, mas provavelmente o executivo entendeu que de entre todas as possíveis obras a levar a cabo em 2013, a Praça do Município e o parque de estacionamento de apoio aos paços do concelho, seria esta a obra mais relevante.

Leio por aqui quem defenda que seria preferível recuperar as "barracas" do Patacão ou o Parque de Campismo, mas para isso é necessário, acho eu, que esses projectos obedeçam a certas regras que podem não estar asseguradas pelo QREN.

Depois se perguntarmos à generalidade das pessoas de Alpiarça se acha melhor enterrar dinheiro nas "barracas" do patacão ou na Praça Municipal, não tenho dúvidas que a maioria opta por esta última.
Por: L.I.

Noticia relacionada:

 "Alpiarça precisa de verdadeiro investimento que gere progresso.

3 comentários:

Anónimo disse...

Que visão retrograda!!

Anónimo disse...

Quando não se pode fazer não se promete em campanhas eleitorais!

Anónimo disse...

Mas alguém além do PCP/CDU acha que uma praça de duvidosa qualidade seja a prioridade do concelho?
Será isso que evita que Alpiarça tenha vindo a perder habitantes por não terem emprego ou modo de vida?
Os que defendem estas obras de fachada são os mesmos que queriam o TGV, que apoiaram o Euro 2004 + os milhões gastos em estádios de futebol (às moscas).
Ponham os olhos nos povos nórdicos que pesam cada cêntimo que é gasto e por isso têm das melhores qualidades de vida do mundo, apesar de não terem o nosso sol.
Mas façam a "nossa" praça de Tiananmen (China) que o povo tem o que merece.