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domingo, 26 de maio de 2013

SAÚDE: Desde a pré história que os homens se preocupam com o seu bem estar e com a sua qualidade de vida

Por: Antonieta Dias (*)

Desde a  pré história que os homens se preocupam com o seu bem estar e com a sua qualidade de vida.
Desde essa data que a matemática, tem acompanhado a medicina, em muitos dos seus procedimentos, tornando-a num precioso complemento da actividade desenvolvida pelos médicos.
Ao longo dos tempos a investigação científica tem tido um papel preponderante na pesquisa  das soluções  dos problemas que afectam a humanidade e que poderão ser resolvidos através do conhecimento obtido  e efectuado com a dedicação de investigadores de elite
Se alguém pensava que a medicina se praticaria sem evidência científica,está  completamente obsoleta e desenquadrado da sociedade em que vivemos.
Todavia, a matemática é uma ciência que a medicina não prescinde e sem ela a evolução da pratica médica não seria viável, porém, de nenhuma forma, podemos reduzir a medicina apenas e só aos números.
Apesar, de ser absolutamente imprescindível, em vários actos médicos, desde o cálculo das doses até aos actos estatísticos mais sofisticados, o seu papel será sempre complementar.
Não podemos, de forma nenhuma aceitar que os actos médicos, se transformem numa mera aplicação da matemática.
Senão, vejamos o que acontece no dia a dia da prática clínica do médico:
1-Padronização da consulta, 15 minutos
Este tempo aplicado à consulta de um idoso, em que a recolha da história clínica, demora e ultrapassa quase sempre esta média,  não deixando, como é óbvio tempo para a observação clínica, muito menos para o raciocínio clínico, que conduziria ao diagnóstico.
E então, como resolver esta situação?
Interrompemos o doente durante a exposição das suas queixas, omitimos, o exame objectivo, não fazemos o raciocínio clínico, não diagnosticamos a doença?
E o doente o que é lhe acontece?
E a responsabilidade médica?
Fico à espera da resposta matemática.
2-Suponhamos que estamos a realizar uma cirurgia, cujo tempo médio estimado são duas horas, porém, surgem complicações que implicam mais tempo operatório, que fazemos?
Interrompemos a cirurgia para que o horário seja respeitado?
E o doente o que é lhe acontece?
E a responsabilidade médica?
Fico à espera da resposta da matemática.
3-Entro impreterivelmente às 08:00 horas da manhã, que é o meu horário, de entrada, porém, não consigo cumprir as actividades programadas para esse dia devido à complexidade das situações clínicas  decorrentes dos actos médicos previstos para esse dia.
Interrompo as minhas actividades, para cumprir o horário?
E o doente o  que é lhe acontece?
E a responsabilidade médica?
Fico à espera da resposta da matemática.
Apenas com estes três simples exemplos, constatamos, que a profissão do médico, não pode ser usada, através de formulas matemáticas, por mais complexas que elas sejam.
O doente é uma pessoa, que exige de nós tempo, dedicação, respeito, responsabilidade, compreensão, humanidade, sendo a sua expectativa muitíssimo elevada em relação a nossa actuação.
O grau de exigência para um profissional médico é elevadíssimo  e o respeito, que o doente nos merece, não pode ficar condicionado aos números.
Os profissionais médicos, dedicam a sua vida à sua profissão, onde o doente é a pedra basilar do acto médico, e só assim se compreende que a assistência ao doente, conduza obrigatóriamente a um sacrifício sobre humano do médico, que  priva a sua família, os seus amigos, e a sua vida, devido à dedicação aos seus doentes.
Só assim se compreende, que trabalhe noite e dia, que não tenha fins de semana, que por vezes não festeje o Natal com a família, porque os seus deveres profissionais assim o exigem.
Nunca, os médicos tiveram necessidade que lhes orientassem os seus procedimentos, e talvez não seja por acaso que se ouve com muita frequência esta frase dos doentes "o meu médico não devia morrer".
Estas são algumas das razões que nos conduzem à necessidade, de entregar aos médicos a orientação dos destinos dos doentes, quer na gestão, quer no tratamento.
O respeito que a sociedade dedica à profissão dos médicos, tem a ver com a dedicação exclusiva que estes têm aos seus doentes e com os resultados obtidos, no seu trabalho.
É tempo de voltar a dar a César o que é de César.
(*) Doutorada em medicina

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