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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

OPINIÃO: O Plano B do Governo

Por: Anabela Melão
Marques Mendes vaticinou e aí está a sua "solução", eleita a Plano B, do Governo. O Conselho de Ministros começou ontem a discutir o problema, sem ter chegado a uma solução final. Como responder ao chumbo do TC que travou o corte das pensões na Administração Pública? Eis o que divide o Gov. E a tese com mais adeptos é a lançada por Marques Mendes: aplicar uma solução “mista”, aumentar já o IVA, medida que seria anulada quando e se um novo corte nas pensões (as do sector público e as do privado) entrasse em vigor. Passos Coelho lançou mãos à cabeça quando soube do chumbo do TC. Mas quando falou com Poiares Maduro ao telefone (o PM estava em Bruxelas), depois de uns tantos diazepam, lá estabilizou num relativo optimismo - se bem que uns Haldol ou Priadel pudessem ter efeitos a médio prazo mais sustentados, mas disso qualquer psiquiatra lhe passará receita. Quando falou aos jornalistas, na sexta-feira, Passos pôs os ovos todos no mesmo cesto (qual galarucho de uma capoeira em processo de cozedura lenta): voltar ao corte nas pensões a pagamento - todas elas -, aproveitando a “porta aberta” que lhe entreabriu o acórdão do TC para uma reforma da Segurança Social. Soluções maquiavélicas. Falo de populismo blindado e de Maquiavel. Eis Passos Perdido feito “maquiavélico”. Até aqui aplica a famosa frase: “Na conduta dos homens, especialmente dos príncipes, contra a qual não há recurso, os fins justificam os meios.” “Contra a qual não há recurso”, isso significa que teremos que aceitar resignados as arbitrariedades do príncipe e os meios que sua alteza julgar apropriados para nos governar. É imperioso que a sociedade interponha recursos contra o príncipe. A política portuguesa está reduzida a um absolutismo plebiscitário. O aforismo positivista de que “contra fatos não há argumentos.”está em causa. Tem de estar. Uma política baseada em soluções de vingança e revestida com silêncios premiados ao jeito do "padrinho" não pode ser aceite, sob pena de nos venderem numa qualquer feira da Ladra (apropriadissimo adjetivo para o caso). Se o País está em em regime de exceção, Acordem! Encontrar soluções que aproveitem minusculos trilhos da lei para conspirar contra a é um golpe de estado palaciano feito pelo governo contra o País. Que a fogueira se eleve ao status do incêndio maior em que já vivemos. Perdemos tudo, que nos reste a alma e o sangue dos filhos de Viriato. O pragmatismo pode funcionar para as alianças e conluios com que o bloco central pretende armadilhar as nossas vidas, como se fôssemos marionetas ou pierrot's agachados ante o malfadado voto. O ténue consolo vem do futuro. À revelia do poder, a opinião pública vai assimilando com suor e lágrimas, e é com toda essa humidade que a corrosão da blindagem virá antes do que se pensa. Contra maquiavéis, ainda que de segunda, marchar, marchar!

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