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quinta-feira, 29 de maio de 2014

OPINIÃO: Levar o voto para a luta!

Por: Octávio Augusto
Concluída que está a batalha eleitoral para o Parlamento Europeu, cá estamos para prosseguir o nosso combate, a nossa luta.
E vamos fazê-lo com redobradas energias e ainda com mais confiança. E com uma imensa alegria.
Destas eleições, sobressai o grande êxito alcançado pelo PCP e pelas forças que integram a CDU, tendo sido alcançados todos os objectivos definidos:
Mais votos;
Mais percentagem;
Mais eleitos, num quadro em que o número de deputados a eleger, diminuiu.
Um excelente resultado construído com base numa campanha de massas, assente no contacto directo com os trabalhadores e as populações e em centenas de iniciativas.
Fomos a única força política que fez campanha na rua, á porta das empresas, das aldeias do interior aos grandes centros urbanos.
Ao deliberado silenciamento da CDU e dos seus candidatos, feito até ao limite, respondemos com uma fortíssima acção de esclarecimento assente no contacto directo. Demos a cara, prestamos contas, afirmámos a nossa diferença, a nossa análise e as nossas propostas.
Foi um resultado construído a pulso, que trouxe para o voto na CDU, milhares de pessoas que o fizeram pela primeira vez.
A campanha de outros mal se viu. Não o fizeram porque não precisavam. A sua constante presença na comunicação social das mais diversas formas, era a garantia duma campanha oficiosa e oficial que se substituiria aos incómodos do contacto com o povo.
No terreno seriam confrontados com as suas responsabilidades, com as promessas feitas, com as mentiras que sustentam o seu discurso.
Pelo nosso lado, sentíamos que à simpatia crescente em torno da CDU se juntava a intenção de voto. Percebia-se que cada vez mais portugueses ganhavam consciência de que PSD, PS e CDS, alternando-se no governo, não só eram os responsáveis pelo estado a que o país chegou, como no essencial, não se distinguem nos projectos e na prática política. A apropriação da palavra “mudança” por parte do PS na sua publicidade, soava a falso.
Com estes resultados da CDU, estamos em melhores condições para prosseguirmos a luta que leve à derrota deste governo e á indispensável ruptura com a política de direita.
Com estes resultados, PSD e CDS sofrem uma profunda derrota ao alcançarem o seu pior resultado de sempre, enquanto o PS ficou claramente aquém dos seus objectivos e o seu insistente apelo ao voto útil assente na ideia de que “só o PS estaria em condições de derrotar o governo”, não surtiu o efeito desejado.
Um resultado que representa a condenação da política das tróicas. Uma condenação expressa pela redução da expressão eleitoral dos três partidos PS, PSD E CDS, que subscreveram, apoiaram e se propõem manter o rumo de exploração e empobrecimento, e que no seu conjunto viram a sua votação reduzir-se, perdendo mais de 400 mil votos.
Com a nossa acção, levámos a luta até ao voto.
Agora, trata-se de levar o voto para a luta.
Luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, dos reformados e pensionistas; Em defesa dos serviços públicos, da Escola Pública, do Serviço Nacional de Saúde.
Luta no Parlamento Europeu em defesa dos interesses de Portugal e dos portugueses; Luta na Assembleia da República, já na próxima Sexta, através da moção de censura que apresentámos ao governo e às suas políticas.
Compreende-se o incómodo e o embaraço de alguns perante esta oportuna iniciativa do nosso Partido. Perante o caminho para o abismo económico e social trilhado pelo actual governo; Perante o desprezo pelos interesses do povo e do país, que há muito evidenciam um governo e uma maioria política e socialmente isolados pela luta dos trabalhadores e do povo e que está irremediavelmente derrotado; Perante a falta de legitimidade política de um governo e uma política fora da lei e em confronto com a Constituição da República, soma-se agora uma clara expressão de devastação da sua base eleitoral e de legitimidade democrática; Perante o rumo de desastre económico e social para o qual o país está a ser arrastado, não há nenhuma outra saída digna e democrática que não seja a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas.
Compreende-se também o incómodo e o embaraço que causou o sucesso da CDU nestas eleições não apenas pelo resultado em si, mas pelo que representa para os combates do presente e do futuro.
De resto, comentadores, analistas e politólogos de serviço e ao serviço do capital, secundados por representantes dos partidos da tróica nacional e pelo deputado Pinto, apressaram-se na desvalorização do resultado da CDU, nos ataques ao PCP e nas calúnias sobre as suas verdadeiras análises e propostas.
Eles compreendem que o PCP e a CDU podem crescer ainda muito e muito no plano eleitoral e na sua influência política e social.
Cá estão eles a cumprir o papel que o capital lhes atribui.
E cá estamos nós para continuar a nossa luta, na certeza de que os vamos derrotar!  

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