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sábado, 22 de novembro de 2014

SÓCRATES DETIDO PARA INTERROGATÓRIO DEVIDO À CASA DE PARIS

Procuradoria-Geral da República já confirmou a detenção do antigo primeiro-ministro, que vai ser ouvido este sábado pelo juiz de instrução criminal. Em causa está um processo de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal.


José Sócrates foi detido esta sexta-feira no Aeroporto da Portela, em Lisboa, quando chegava de Paris. O Expresso apurou que uma das causas da detenção está relacionada com a casa avaliada em três milhões de euros onde o ex-primeiro-ministro residiu quando tirou um curso na capital francesa, depois de deixar o governo: os investigadores querem saber de onde veio o dinheiro para comprar a habitação. Sócrates disse sempre que pediu um empréstimo ao banco para poder pagar o aluguer do apartamento.
Uma fonte judicial confirmou ao Expresso que além da casa de Paris estão em causa "muitas outras coisas". Os atos de jose Sócrates enquanto primeiro-ministro poderão estar agora sob suspeita.  
A Procuradoria-Geral da República (PGR) já emitiu um comunicado a confirmar a detenção, que surge no âmbito de um processo de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal. O inquérito está a ser conduzido pelo procurador Rosário Teixeira.
No comunicado, a PGR diz que há mais três detidos além do ex-primeiro-ministro, sem nomear quais. Estes três detidos já foram presentes ao juiz de instrução criminal. Os interrogatórios foram entretanto suspensos e vão ser retomados este sábado. O mesmo comunicado diz que a presente investigação não teve origem no processo Monte Branco.
Ao longo da noite, a detenção de Sócrates foi relacionada com uma outra operação das autoridades, que desenvolveram buscas na sede do grupo Lena, em Leiria. Foi inclusivamente avançado que os três detidos seria quadro da empresa. Entretanto, o grupo Lena já emitiu um comunicado a negar estes factos.
"É falso que haja quaisquer detenções de responsáveis ou colaboradores do Grupo Lena, seja a que título for", refere o texto. "As buscas que foram efetuadas este final de tarde e início de noite na sede do Grupo nada tinham a ver, tanto quanto fomos informados e foi percetível, com a atividade empresarial do Grupo Lena."  
Em Agosto, a revista "Sábado" escreveu que Sócrates estava a ser investigado no âmbito de um processo extraído do caso Monte Branco. Na altura, a PGR desmentiu que o ex-primeiro-ministro estivesse a ser investigado.  
Em baixo, pode ler na íntegra o comunicado que a Procuradoria-Geral da República emitiu esta sexta-feira:
"Ao abrigo do disposto no art. 86.º, n.º 13, al. b) do Código de Processo Penal, a Procuradoria-Geral da República torna público o seguinte:
No âmbito de um inquérito, dirigido pelo Ministério Público e que corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), e onde se investigam suspeitas dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção, na sequência de diligências, desencadeadas nos últimos dias, foram efetuadas quatro detenções.
Entre os detidos encontra-se José Sócrates.
Três dos detidos foram presentes ao juiz de instrução criminal durante o dia de sexta-feira, sendo que os interrogatórios serão retomados este sábado. Também este sábado, o quarto arguido será presente ao juiz de instrução.
Foram ainda realizadas buscas em vários locais, tendo estado envolvidos nas diligências quatro magistrados do Ministério Público, e sessenta elementos da Autoridade Tributária e Aduaneira e da Polícia de Segurança Pública (PSP), entidades que coadjuvam o Ministério Público nesta investigação.
O inquérito, que investiga operações bancárias, movimentos e transferências de dinheiro sem justificação conhecida e legalmente admissível, encontra-se em segredo de justiça.
Esclarece-se também que esta investigação é independente do denominado inquérito Monte Branco, não tendo tido origem no mesmo".
«Expresso»

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