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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Desemprego de longa duração mais do que duplicou em cinco anos

Em 2008 havia 16,7 milhões de desempregados, número que subiu para 26,2 milhões no final de 2013, elevando a taxa de desemprego para 10,8%. Entretanto, ainda com dezembro por contabilizar, o número de desempregados baixou para 24,4 milhões em 2014. Mas há um problema que a Europa ainda não conseguiu controlar.
Entre a população desempregada com baixas qualificações, o desemprego de longa duração - aquele que persiste por mais de 12 meses - passou de menos de 5% em 2008 para mais de 10% em 2013 no conjunto da UE, alerta a Comissão Europeia, num relatório recentemente divulgado. O fenómeno teve um impacto menor nas pessoas com médias e altas qualificações, mas nem por isso é mais animador. O desemprego de longa duração passou de 1% para quase 3% entre os altamente qualificados e de pouco mais de 2% para mais de 4% entre os que têm qualificações médias.
Portugal não escapou à tendência europeia e viu a taxa de desemprego de longa duração passar de 4% para 9% em cinco anos. É a quinta mais elevada da UE, só ficando atrás da Grécia, Espanha, Croácia e Eslováquia.
São principalmente os homens, os jovens com menos de 35 anos e os pouco qualificados que são mais afetados por este problema, em especial os profissionais dos sectores da construção e da manufatura, particularmente afetados pela recessão", nota o relatório da comissão. A agravar este cenário está o facto de um em cada cinco desempregados de longa duração - os jovens, essencialmente - nunca ter sequer chegado a estar alguma vez empregado, o que "cria um forte risco de marginalização".
A solução passa pela educação. "Regra geral, uma maior participação dos desempregados em educação e formação traduz-se numa saída mais rápida do desemprego", diz o relatório.
Sector da construção foi fortemente afetado pela recessão económica© Money Sharma / EPA Sector da construção foi fortemente afetado pela recessão económica
Emprego novo é temporário ou part-time
Apesar de, hoje, o número de pessoas a cair no desemprego estar a diminuir para níveis pré-crise, é cada vez mais difícil para aqueles que já estão desempregados conseguirem sair dessa situação, refere o relatório.
Pior do que isso, grande parte do emprego criado é temporário ou a tempo parcial, o que ilustra a incerteza que ainda se vive do lado dos empregadores e levanta preocupações em relação à robustez da recuperação económica. "Nos estados membros em que os contratos a termo desempenham um papel importante, os múltiplos e repetidos períodos de desemprego de curta duração são um fenómeno disseminado", aponta a comissão.
Portugal volta a estar no grupo dos mais atingidos neste capítulo, juntamente com Espanha, Polónia e Eslovénia: 60% da população empregada só tem trabalho temporariamente, isto é, encontra-se contratada a termo certo.
 E, mais uma vez, são os jovens que mais sofrem o impacto destas tendências. "Os jovens são mais propensos a sujeitarem-se a condições de trabalho mais precárias", o que se reflete na enorme percentagem - 43% - de jovens que estão empregados com contratos a termo certo. Este valor tem vindo, contudo, a diminuir para os maiores de 25 anos. Ao mesmo tempo, um em cada três empregados jovens só tem um trabalho a tempo parcial. Resultado: "os jovens empregados têm um risco maior de experienciarem pobreza apesar de trabalharem."
«DV»

1 comentário:

Anónimo disse...

E a culpa é de quem? Claro da politica do patronato e daqueles que a defendem e dos seus partidos PSD, CDS, MTA , dos que votam neles e nesta reles oposição de Alpiarça.