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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Todos os dias 96 famílias pedem ajuda para pagar dívidas

Os desempregados representam a maior fatia dos que têm dificuldades em pagar as contas. No entanto, também pela redução da taxa de desemprego, este número está a descer desde 2012. O mesmo não acontece com o segundo grupo em maiores dificuldades: os reformados, cujo número de pedidos de ajuda está a aumentar, representando já 16% do total de pedidos de auxílio que este ano chegaram à Deco. Este aumento está a verificar-se "por acumulação de dívidas, por serem fiadores ou por simplesmente estarem a ver os filhos regressarem a casa", refere Natália Nunes.
A situação de sobreendividamento que tem chegado ao GAS é hoje mais preocupante do que, por exemplo, no ano passado - 32,7% dos pedidos de ajuda acontecem quando já há uma penhora de bens ou quando já não existe qualquer possibilidade de reestruturação de dívidas (21,4%). Mais de metade das famílias que pediram ajuda tinham já créditos vencidos.
Estas situações mais extremadas levam a que, dos mais de 17 mil pedidos de ajuda, a Deco só tenha aberto 1241 processos. Ou seja, situações em que a Associação de Defesa do Consumidor ainda tem capacidade para intervir junto da banca ou das instituições onde existem dívidas. Dos processos abertos já este ano, foi possível reestruturar 72% dos contratos e 15% dos incumprimentos. Nos casos em que não são abertos processos, há a construção de um planeamento familiar e a tentativa de se reestruturar a rede de apoios, porque alguns agregados já chegam à Deco sem qualquer rendimento, nem mesmo um apoio social.
Em todo o caso, "os consumidores estão mais receosos e conscientes, tal como os bancos estão mais restritivos" no momento de atribuir créditos às famílias. Se em 2008, cada português tinha, em média, oito créditos diferentes, hoje em dia têm quatro. O crédito à habitação, crédito automóvel, crédito pessoal e cartão de crédito são os mais frequentes.
No entanto, também aqui há um agravamento da situação, revela Natália Nunes. É que "antes éramos nós a sugerir uma reestruturação do crédito à habitação, por exemplo, aquele que as famílias sempre tentaram cumprir, e agora já são as próprias famílias a pedirem para que haja uma intervenção e uma tentativa de reestruturar esse crédito". A taxa média de esforço dos que contactam o Gabinete de Apoio ao Sobreendividado é de 69%.
Os rendimentos dos portugueses que pedem ajuda também não podiam ser mais variados, partindo de um mínimo de 50 euros até um máximo de 6300 euros. As famílias com rendimento entre 505 e 1010 euros são as que pedem mais ajuda.
«DV»

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